
15 jun A fertilização in vitro é para todos: conheça as alternativas para famílias plurais
A família moderna brasileira alterou muito seu antigo formato de mulher, homem e filhos. O mundo LGBT conquistou seu espaço na sociedade e, hoje, os casais gays têm o direito de recorrer às técnicas de reprodução assistida para ter um filho com seu próprio DNA.
A resolução 2.013/13 do Conselho Federal de Medicina (CFM) para Reprodução Humana oficializou a possibilidade de casais homossexuais assim como pais e mães solteiras (família monoparental) fazerem FIV. “É permitido o uso das técnicas de RA para relacionamentos homoafetivos e pessoas solteiras, respeitado o direito da objeção de consciência do médico”.
A resolução vigente que regulariza esse direito ainda acrescenta “É permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina em que não exista infertilidade. Considera-se gestação compartilhada a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação do(s) oócito(s) de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira.”
A realização de um check-up completo de fertilidade é essencial para qualquer casal que inicia o tratamento de fertilização in vitro. Isso não é diferente com casais homossexuais. Se os exames atestarem algum tipo de infertilidade/subfertilidade, esta deverá ser tratada antes do início do tratamento.
O que é necessário para seu sonho?
Entenda a Inseminação artificial no caso de casal com duas mulheres:
- O procedimento pode ser realizado com a estimulação ovariana controlada ou por ciclo natural.
- Quando os folículos estão em tamanho adequado, ocorre a indução de ovulação (36 horas).
- Duas horas antes da inseminação, o sêmen do doador escolhido pelo casal é preparado e posteriormente introduzido no interior da cavidade uterina, com a ajuda de um cateter. A identidade do doador é confidencial.
- Esse procedimento deve ser realizado na mulher do casal que irá gestar o bebê.
- Os custos da inseminação são inferiores aos da fertilização in vitro, porém, só uma das parceiras pode ter participação no processo.
Fertilização in vitro para casais formados por duas mulheres: no caso da FIV, as duas mulheres do casal podem ter participação no procedimento.
- A fertilização in vivo inicia-se com a estimulação ovariana controlada em uma das mulheres do casal, resultando em óvulos disponíveis para a aspiração folicular.
- Os óvulos são colocados em contato com o sêmen de um doador para fertilização em laboratório de reprodução humana.
- É transferido um ou mais embriões, de acordo com a idade e os fatores individuais da paciente. Esse procedimento pode ser realizado na mesma paciente que fez a estimulação ovariana ou na outra parceira do casal, se desejado, para que as duas tenham participação no processo.
Para casais formados por dois homens só é possível realizar fertilização in vitro.
- Os parceiros escolhem em acordo mútuo de quem será o sêmen utilizado na fertilização.
- São selecionados óvulos de uma doadora compatível com as características físicas do casal. A identidade da doadora é confidencial.
- Esse óvulo será fertilizado pelo espermatozoide do parceiro escolhido, gerando embriões.
- Para a transferência de embrião, é necessário procurar uma mulher para cessão temporária de útero. Segundo a resolução publicada pelo CFM em 2017, a barriga solidária deve ser de uma integrante da família de algum dos parceiros e deve ter parentesco consanguíneo de até quarto grau (mãe, irmã, tia, sobrinha, prima e avó) sem o envolvimento de fins lucrativos ou comerciais.
Mulheres e homens solteiros que desejam ter um filho, também podem fazer a fertilização in vitro de acordo com os procedimentos descritos. A resolução vigente que regulariza a Reprodução Humana assegura esse direito.
A técnica de fertilização in vitro possibilita que casais homossexuais tenham seus bebês e realizem o sonho da maternidade/paternidade. Além de ser um método seguro, não relacionado ao câncer e não relacionado ao aumento de malformação em bebês como já discutimos em outros textos, a fertilização permite que a experiência de ter um bebê seja vivenciada também por pais gays.